sábado, 25 de setembro de 2010

Mojo Pin

I'm lying in my bed
The blanket is warm
This body will never be
Safe from harm
Still feel your hair
Black ribbons of coal
Touch my skin
To keep me whole....

Oh...if only you'd come back to me..
If you laid at my side...
Wouldn't need no Mojo Pin
To keep me satisfied...

Don't wanna weep for you
Don't wanna know
I'm blind and tortured
The white horses flow (horse has flown)
Memories fire
The rhythms fall slow
Black beauty I love you so....

Uh precious precious silver and gold
And pearls in oyster's flesh
Drop down we two to serve and pray to love
Born again from the rhythm
Screaming down from heaven
Ageless, ageless and I'm there in your arms......

Don't wanna weep for you
I don't wanna know
I'm blind and tortured
The white horses flow
The memories fire
The rhythms fall slow..
Black beauty I love you so....so..so..so...

Dah........

Oh the welts of your scorn, my love
Give me more
Send whips of opinion down my back
Give me more
Well it's you I've waited my life to see
It's you I've searched so hard for....

Don't wanna weep for you
Don't wanna know
I'm blind and tortured
The white horses flow (horse has flown)
The memories fire
The rhythms fall slow..
Black beauty I love you so.....so...black black black beauty.....

Jeff Buckley

Amazing Grace - Jeff Buckley

Quem é... Don Draper ?

Mad Men [4ª  Temporada] 2010
"(...) pensar no passado era para mim como recordar, na manhã seguinte, um serão durante o qual tivesse bebido muito e sob a influência do álcool tivesse feito disparates. E assim tudo aquilo que durante o serão, sob a acção da embriaguez, me parecera justificado, real, significativo, necessário, coerente, tudo de repente me parecia insensato, falso, irreal, gratuito."

L'Attenzione, Alberto Moravia

Arte poética com melancolia

Preocupam-me ainda as coisas do passado. Escrevo como se o poema fosse uma realidade, ou dele nascessem as folhas da vida, com o verde esplêndido de uma súbita primavera. Sobreponho ao mundo a linguagem; tiro palavras de dentro do que penso e do que faço, como se elas pudessem viver aí, peixes verbais no aquário do ser. É verdade que as palavras não nascem da terra, nem trazem consigo o peso da matéria; quando muito, descem ao nível dos sentimentos, bebem o mesmo sangue com que se faz viver as emoções, e servem de alimento a outros que as lêem como se, nelas, estivesse toda a verdade do mundo. Vejo-as caírem-me das mãos como areia; tento apanhar esses restos de tempo, de vida que se perdeu numa esquina de quem fomos; e vou atrás deles, entrando nesse charco de fundos movediços a que se dá o nome de memória. Será isso a poesia? É então que surges: o teu corpo, que se confunde com o das palavras que te descrevem, hesita numa das entradas do verso. Puxo-te para o átrio da estrofe; digo o teu nome com a voz baixa do medo; e apenas ouço o vento que empurra portas e janelas, sílabas e frases, por entre as imagens inúteis que me separaram de ti.

Nuno Júdice
"Nunca amamos alguém. Amamos, tão somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos"

Fernando Pessoa
"(...) reconhecia-o pela sensação mortuária que experimentava de cada vez que derramava sem amor o meu sémen naqueles corpos complacentes e desconhecidos. Recaía exausto sobre a mulher e pensava: Estou a morrer, sim, estou a morrer. Viverei mas nunca estarei mais vivo, nunca mais, morro e morrerei mas não me aperceberei mais disso e continuarei a andar por aí vivo, mas na realidade estarei morto."

L'Attenzione, Alberto Moravia

sábado, 18 de setembro de 2010

Não há motivo para te importunar a meio da noite

Não há motivo para te importunar a meio da noite,
como não há leite no frigorífico, nem um limite
traçado para a solidão doméstica.

Tudo desaparece. Nada desaparece. Tudo desaparece
antes de ser dito e tu queres dormir descansada. Tens
direito a um subsídio de paz.

Se eu escrever um poema, esse não é motivo para te
importunar. Eu escrevo muitos poemas e tu trabalhas
de manhã cedo.

Toda a gente sabe que a noite é longa. Não tenho o
o direito de telefonar para te dizer isso, apesar dessa
evidência me matar agora.

E morro, mas não morro. Se morresse, perguntavas:
porque não me telefonaste? Se telefonasse, perguntavas:
sabes que horas são?

Ou não atendias. E eu ficava aqui. Com a noite ainda
mais comprida, com a insónia, com as palavras
a despegarem-se dos pesadelos.

José Luís Peixoto

sábado, 11 de setembro de 2010

Sound Of Silence

Ouvi Dizer

Ouvi dizer que o nosso amor acabou...
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,
eu não vou vê-lo em mim:
se eu não tive a noção de ver nascer um homem.

E ao que vejo, tudo foi para ti
uma estupida canção que so eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
! agora não vais achar nada bem
que pague a conta em raiva!

E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!

Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
e eu tinha tantos planos p'ra depois!
Fui eu quem virou as páginas
na pressa de chegar até nós,
sem tirar das palavras seu cruel sentido...
Sobre a razao estar certa,
resta-me apenas uma razao:
e um dia vais ser tu
e um homem como tu
como eu não fui
um dia vou-te ouvir dizer:

E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
Sei que um dia vais dizer:
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!
E pudesses eu pagar de outra forma!!!

A cidade está deserta
e alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra,
repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga, ora doce...
Para nos lembrar que o amor é uma doença,
quando nele julgamos ver a nossa cura...

 Ornatos Violeta

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?

Cecília Meireles