(Sou testemunha
E réu
E vítima
E juiz)
Juro
Que havia um muro,
E na face do muro uma palavra a giz.
Merda! – Lembro-me bem.
– Crianças... – disse alguém
Que ia a passar.
Mas voltei novamente a soletrar
O vocábulo indecente,
E de repente,
Como quem adivinha,
Numa tristeza já de penitente,
Vi que a letra era minha...
Miguel Torga