quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Plano

Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor
que se despeja no copo da vida, até meio, como se
o pudéssemos beber de um trago. No fundo,
como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na
boca. Pergunto onde está a transparência do
vidro, a pureza do líquido inicial, a energia
de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta
são estes cacos que nos cortam as mãos, a mesa
da alma suja de restos, palavras espalhadas
num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira
hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez,
esperando que o tempo encha o copo até cima,
para que o possa erguer à luz do teu corpo
e veja, através dele, o teu rosto inteiro.

Nuno Júdice

2 comentários:

  1. Ninguém ver minhas lágrimas
    Ninguém sente minha dor
    Ninguém compreende o meu amor
    quisera eu, ter pra sempre a certeza
    de te ver chegar até à mim
    e dizer eu te amo
    mas não passa de uma tola ilusão
    é que meu coração anseia
    por algo que não tem
    e nunca terá
    seu amor
    seu sorriso
    seus abraços
    nada, absolutamente nada
    nem as migalhas do teu cachorro
    nem a poeira do seu tapete
    nem o virús da tua gripe
    é que eu sou insignificante
    e não faz sentido pra você
    se importar com o que eu sinto

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  2. quem ama não tem quem teme não ama

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