segunda-feira, 17 de maio de 2010

quando eu ainda rezava e acreditava no amor


quando eu ainda rezava e acreditava no amor.
era a tua imagem que eu via na minha consciência. era em ti que eu pensava sempre, mais do que pensava em mim
tu eras a mulher da minha vida, eras o meu futuro, a minha maldição e o meu destino
eras o vazio e o cheio dos meus dias.
porque eu ainda acreditava nessa época e rezava e gritava dentro de mim AMOR, AMOR, AMOR e tu respondias.
e eu pensava que era verdade. que existias assim e que eras a mais perfeita mulher da terra
tu habitavas ingénua e cheia de vida na minha consciência. vida que me davas e eu te dava a ti
quando eu ainda rezava e acreditava no amor. tu sofrias porque ninguém te amava, choravas e eras solitária e eu achava que podia curar a tua tristeza, que podia beijar as tuas lágrimas, absorvê-las do teu rosto e do teu coração e assim acabar com todo o desespero do mundo.
mas eu estava errado!
eu é que era ingénuo
eu é que chorava e sofria
e a cada dia, tinha mais de ti dentro de mim e menos fora
quando me dei conta da verdade já tu estavas mais longe, muito longe. e eu apercebi-me que já estavas longe demais

era tarde, tarde...
quando te perdi no real, perdi-te também no sonho, perdi a fé e deixei de rezar e deixar de acreditar no amor. e deixei de acreditar que até no real tu ainda continuarias a existir

Vincent ESTRADA

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